quarta-feira, 29 de abril de 2015

Já no Scielo: Reflexões sobre o processo de municipalização das políticas de saúde: a questão da descontinuidade político-administrativa

MACHADO, Juliana Costa; COTTA, Rosângela Minardi Mitre e SOARES, Jeferson Boechat. Reflexões sobre o processo de municipalização das políticas de saúde: a questão da descontinuidade político-administrativa. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 159-170. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.1002.

A descontinuidade político-administrativa apresenta-se como um fenômeno do sistema político brasileiro, notadamente em âmbito municipal. Com os esforços de descentralização e municipalização definidos pela Constituição de 1988, o processo de implementação das políticas de saúde foi afetado pela descontinuidade, causando prejuízos, entre os quais, atrasos e interrupções nos programas de educação não formal que são importantes para a promoção do empoderamento. A título de proposição para a reflexão, é apresentado um modelo para a realização de levantamentos primários nos municípios. Neste modelo são considerados quatro fatores: eleitoral, técnico, interinstitucional, político-institucional. Esses fatores se referem à organização da política nos níveis da governabilidade e governança. O objetivo deste ensaio é contribuir para o entendimento do fenômeno da descontinuidade político-administrativa verificada nos municípios brasileiros após a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Palavras-chave : Municipalização; Descontinuidade político-administrativa; SUS.

Acesso em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832015000100159&lng=pt&nrm=iso

terça-feira, 28 de abril de 2015

Já no Scielo: Mudança curricular em Odontologia: significados a partir dos sujeitos da aprendizagem

SILVEIRA, João Luiz Gurgel Calvet da e GARCIA, Vera Lúcia. Mudança curricular em Odontologia: significados a partir dos sujeitos da aprendizagem. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 145-158. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0530. O objetivo deste estudo é apresentar a percepção da mudança curricular por estudantes de Odontologia, por meio da abordagem metodológica qualitativa de um estudo de caso. Participaram 147 estudantes de oito semestres. Abordagem de pesquisa qualitativa, com técnica de grupo focal, envolvendo oito fases do curso, tratando dos principais temas relacionados às mudanças ocorridas no currículo. Por intermédio da análise de conteúdo, foram identificadas duas categorias de análise: a) prática profissional como assistência: valorização de conteúdos e práticas odontológicas cujo sentido se ancora na prática da técnica como assistência; b) aprovação do Sistema Único de Saúde como cenário de aprendizagem. Prevalece o sentimento de aceitação das mudanças curriculares ocorridas, embora dimensões dessa aceitação precisem ser trabalhadas e o novo currículo precise ser mais bem compreendido pelos sujeitos implicados em sua mudança para que não se torne um documento prescritivo formal. Palavras-chave : Currículo; Odontologia; Educação em odontologia.

Acesso em : http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832015000100145&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Já no Scielo: A supervisão enquanto dispositivo: narrativa docente do estágio profissional em psicologia do trabalho

DUARTE, Daniele Almeida. A supervisão enquanto dispositivo: narrativa docente do estágio profissional em psicologia do trabalho. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 133-144. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0170.

Este texto versa sobre a supervisão enquanto dispositivo, ao apresentar o quadro teórico-conceitual que norteou a atuação e sua metodologia. Ao se debruçar sobre três campos de estágio, explicita o desafio de promover não apenas a saúde do trabalhador de saúde, mas, também, construir uma práxis questionadora da relação universidade-sociedade e formação. A partir da narrativa docente do estágio profissional em Psicologia do Trabalho, dimensiona-se como se constituiu a pesquisa-intervenção em bases interdisciplinares capazes de deslocar o saber centrado no expert para tencionar ações de coletivos transformadores, que, mediante a aproximação e o diálogo, oportunizassem o forjar de solidariedades e cooperação. Elementos profícuos para a ressignificação dessas esferas foram: a construção do diagnóstico institucional vinculado à demanda e o dispositivo supervisão, capaz de produzir narrativas originais para construir experiências de protagonização – correspondentes aos princípios da Política de Humanização.

Palavras-chave : Supervisão; Dispositivo; Psicologia do Trabalho; Saúde do Trabalhador; Narrativa.

Já no Scielo: Conteúdos curriculares e o Sistema Único de Saúde (SUS): categorias analíticas, lacunas e desafios

SILVA, Vinício Oliveira da e SANTANA, Patrícia Maria Mattos Alves de.Conteúdos curriculares e o Sistema Único de Saúde (SUS): categorias analíticas, lacunas e desafios. Interface (Botucatu)[online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 121-132. Epub 01-Ago-2014. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0017.

O objetivo deste estudo foi descrever e analisar as lacunas e desafios na direcionalidade de conteúdos curriculares para o Sistema Único de Saúde (SUS) à luz das Diretrizes Curriculares Nacionais. Trata-se de uma pesquisa documental quantiqualitativa. Para a exploração do conteúdo curricular, adotaram-se as seguintes categorias analíticas: a) foco do cuidado; b) âmbito do cuidado, e c) dimensões dos indivíduos e população consideradas no cuidado. Resultados indicam que, para a transformação do modelo de atenção em saúde no Brasil e, por conseguinte, para a consolidação do SUS, é necessária uma formação profissional com estrutura curricular que viabilize a compreensão dos aspectos subjetivos da saúde do ser humano e que a educação/formação profissional não represente momento distinto e independente do cotidiano das práticas e serviços de saúde.

Palavras-chave : Formação de Recursos Humanos; Currículo; Sistema Único de Saúde; Saúde Pública.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Já no Scielo: Organização dos serviços na atenção à saúde da idosa: percepção de usuárias

MEDEIROS, Suzane Gomes de e MORAIS, Fátima Raquel Rosado.Organização dos serviços na atenção à saúde da idosa: percepção de usuárias. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 109-120. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0264.

Objetiva-se apreender os aspectos que interatuam na assistência à mulher idosa no município de Mossoró-RN, Brasil, a partir da perspectiva das usuárias. Pesquisa de natureza descritiva e abordagem qualitativa, realizada com mulheres na faixa etária dos sessenta anos ou mais, que utilizam os serviços de atenção básica selecionados para o estudo. Após a análise dos depoimentos, emergiram três categorias: motivos que estimulam a procura do serviço; orientações recebidas nos serviços de saúde, e problemáticas cotidianamente vivenciadas na procura do serviço. A qualidade da atenção à mulher idosa requer trabalhadores capacitados; diminuição dos entraves burocráticos; ações e práticas articuladas e contínuas, contemplando anseios e expectativas da idosa.

Palavras-chave : Mulher idosa; Atenção Básica; Envelhecimento.

Já no Scielo: Trabalhadores dos Centros de Atenção Psicossocial de Alagoas, Brasil: interstícios de uma nova prática

RIBEIRO, Mara Cristina. Trabalhadores dos Centros de Atenção Psicossocial de Alagoas, Brasil: interstícios de uma nova prática.Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 95-108. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0151.

Os Centros de Atenção Psicossocial constituem uma das principais estratégias para a garantia de cuidados em saúde mental no enfoque da Reforma Psiquiátrica brasileira, e têm requerido considerável número de trabalhadores envolvidos em uma nova prática. Neste estudo buscou-se conhecer como se deu o processo de inserção desses trabalhadores nos serviços, e como eles se percebem e percebem suas práticas dentro do novo contexto. Trata-se de pesquisa qualitativa, na modalidade História Oral Temática, guiada por entrevistas para a produção dos dados e análise temática para a discussão dos seus resultados. Da análise, emergiram quatro categorias temáticas: inserção nos serviços; sofrimento do trabalhador; novas tecnologias de cuidado, e precariedade do trabalho. Os depoimentos apontam a necessidade do cuidado sobre o trabalhador considerando, também, suas demandas, para que esses serviços possam funcionar com toda a sua potencialidade.

Palavras-chave : Saúde mental; Trabalhadores de saúde; Centros de Atenção Psicossocial; Pesquisa qualitativa.

Já no Scielo: Doenças midiaticamente negligenciadas: uma aproximação teórica

CAVACA, Aline Guio e VASCONCELLOS-SILVA, Paulo Roberto. Doenças midiaticamente negligenciadas: uma aproximação teórica. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 83-94. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0205.

Atualmente, a visibilidade midiática se apresenta como condição central para conhecimento público de mazelas sociais. Apesar dos espaços cada vez mais amplos dedicados à saúde nos jornais diários, os critérios para noticiabilidade obedecem à lógica jornalística e de mercado. Assim, entende-se que, enquanto a intensa cobertura tenderia a exaltar determinados problemas, a omissão de outros poderia contribuir para seu subdimensionamento político. Este artigo visa problematizar para desenvolver bases teóricas úteis ao estudo das ‘doenças midiaticamente negligenciadas’, constituídas pelas demandas em saúde sobre as quais pouco se publica, usualmente relacionadas às condições de pobreza e iniquidade. Propõe-se, para tanto: uma problematização das lógicas midiáticas; uma reflexão acerca das definições de demandas e necessidades de saúde; análise da questão da (in)visibilidade midiática, e, finalmente, identificam-se as bases conceituais que situam as ‘doenças midiaticamente negligenciadas’ como categoria derivada de tais reflexões.

Palavras-chave : Comunicação em saúde; Meios de comunicação de massa; Saúde Pública.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Já no Scielo: Leituras holísticas: de Tchékhov à Medicina Narrativa

FERNANDES, Isabel. Leituras holísticas: de Tchékhov à Medicina Narrativa. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 71-82. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0628.

Resumo Neste artigo, procura-se evidenciar como, no conto “Um caso da prática médica”, o escritor russo, Anton Tchékhov, ele próprio médico, ficcionaliza e chama a atenção para aspetos da prática clínica hoje tantas vezes descurados, designadamente a observação e avaliação do ambiente em que vivem os doentes; e aspetos de índole familiar, social e até sexual, bem como a importância crucial da relação interpessoal de carácter dialógico entre médico e doente. Relacionar-se-á esta chamada de atenção indireta de Tchékhov com a situação atual no domínio da prática clínica, recorrendo-se ao conceito de Medicina Baseada na Prova (EBM), como paradigma atualmente dominante nas práticas médicas, e à necessidade de o complementar com o da Medicina Baseada na Narrativa (NBM) ou Medicina Narrativa.

Palavras-chave : Anton Tchékhov; Medicina baseada na prova; Medicina baseada na narrativa; Medicina narrativa.

Já no Scielo: Os jovens homossexuais masculinos e sua saúde: uma revisão sistemática

CUNHA, Rosane Berlinski Brito e e GOMES, Romeu. Os jovens homossexuais masculinos e sua saúde: uma revisão sistemática.Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 57-70. Epub 26-Set-2014. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0089.

Com o objetivo de analisar a literatura acadêmica de abordagem sociocultural acerca da relação entre os temas homossexualidade masculina, homem jovem e saúde, realizou-se uma revisão baseada na análise de conteúdo temática de 37 artigos selecionados, nas bases de dados Medline e Lilacs, entre 2004 e 2013. A escassez de literatura na perspectiva sociocultural apontou para obstáculos e desafios, relacionados à promoção de saúde, que vão desde a qualidade da informação, passando por valores simbólicos inconscientes, até a efetivação de propostas de gestores de saúde. Concluiu-se que a hegemonia heterossexual encontra-se presente nas estruturas inconscientes da construção da homossexualidade, contribuindo para a perpetuação do habitus heteronormativo. Estudos que valorizam o encontro do saber técnico com o conhecimento que cada um produz, referido a seus valores pessoais e culturais, podem servir de subsídio para o maior aprofundamento dessa discussão.

Palavras-chave : Homossexualidade masculina; Comportamento sexual; Atitude frente à saúde; Atitude do pessoal de saúde; Sexo sem proteção.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Já no Scielo: Considerações sobre o cuidado em álcool e outras drogas: uma clínica da desaprendizagem.

VASCONCELOS, Michele de Freitas Faria de; MACHADO, Dagoberto de Oliveira e PROTAZIO, Mairla Machado. Considerações sobre o cuidado em álcool e outras drogas: uma clínica da desaprendizagem. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 45-56. Epub 26-Set-2014. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0110.

As considerações desenvolvidas dizem de inquietações que circundam o tema da atenção em álcool e outras drogas (AD) pinçadas no traçado de nossas inserções/intervenções de pesquisa e profissionais em alguns pontos da rede de saúde pública de Aracaju, Sergipe, Brasil: na saúde mental e, nela, no Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPS AD) e no projeto de redução de danos em suas articulações com a atenção básica. Apostando num cuidado antimanicomial em AD, enfrentamos, aqui, não a droga, mas temas, práticas e conceitos que tendemos a naturalizar no desenvolvimento de práticas de saúde: corpo, território, usos/usuários de droga/atenção/intervenções em AD, cuidado em rede. A tentativa foi a de interrogar o cuidado em AD que temos produzido, abrindo com isso, quem sabe, espaço para (des)aprendizagens e ampliações da vida e do corpo de usuários/as, trabalhadores/as, gestores/as e da própria clínica em AD?

Palavras-chave : Álcool e outras drogas; Saúde pública; Redução de danos; Clínica; Corpo.

Já no Scielo: A continuidade das internações psiquiátricas de crianças e adolescentes no cenário da Reforma Psiquiátrica Brasileira

BRAGA, Cláudia Pellegrini e D’OLIVEIRA, Ana Flávia Pires Lucas. A continuidade das internações psiquiátricas de crianças e adolescentes no cenário da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 33-44. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0227.

No cenário da Reforma Psiquiátrica Brasileira, uma política de atenção em saúde mental específica para crianças e adolescentes está em construção. Porém, estudos indicam que ainda ocorre a internação dessa população em instituições de caráter asilar. Como resultado parcial de pesquisa, identificamos, durante um período de dois meses, quem são as crianças e adolescentes internados em um serviço que dispõe de leitos psiquiátricos, e os motivos dessas internações. Analisamos os prontuários de 28 sujeitos a partir da abordagem da Hermenêutica Dialética. Os resultados indicaram a continuidade das internações em um perfil similar ao de um momento anterior à Reforma Psiquiátrica, e que a principal razão para internação gira em torno da agressividade/periculosidade. Conclui-se que, apesar da Reforma Psiquiátrica, internações psiquiátricas ainda acontecem em instituições de caráter asilar.

Palavras-chave : Saúde mental; Hospitalização; Desinstitucionalização.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Já no Scielo: Transmissão de diagnóstico em psiquiatria e atribuição de identidades: perspectivas dos profissionais

MANTILLA, María Jimena e ALONSO, Juan Pedro. Transmissão de diagnóstico em psiquiatria e atribuição de identidades: perspectivas dos profissionais. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 21-32. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0198.

A sociologia da saúde e a antropologia médica têm abordado extensamente as consequências do diagnóstico na vida das pessoas. No entanto, o processo por meio do qual o diagnóstico é transmitido é um aspecto pouco abordado da prática médica. O objetivo deste artigo é analisar a perspectiva dos profissionais sobre a transmissão de diagnósticos psiquiátricos: se fazê-lo, quando e como, entre outras dimensões. Usando dados de dois estudos com base em entrevistas com psiquiatras da cidade de Buenos Aires, o artigo argumenta que a decisão de comunicar ou não o diagnóstico depende do significado atribuído às categorias diagnósticas por parte dos profissionais. As dúvidas que caracterizam o ato de transmissão têm a ver com as dificuldades de abraçar um paradigma da doença livre de avaliações subjetivas.

Palavras-chave : Diagnóstico; Psiquiatria; Saúde mental; Transmissão.

Já no Scielo: Solidariedade, aliança e comprometimento do profissional da saúde nas práticas do Sistema Único de Saúde (SUS): um debate bioético

GOMES, Doris  e  RAMOS, Flávia Regina Souza. Solidariedade, aliança e comprometimento do profissional da saúde nas práticas do Sistema Único de Saúde (SUS): um debate bioético. Interface (Botucatu)[online]. 2015, vol.19, n.52, pp. 9-20. ISSN 1807-5762.  http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0412.
Este artigo analisa, sob referencial bioético, a necessidade social da solidariedade, aliança e comprometimento profissional como desafio nas práticas do SUS. Por meio de pesquisa qualitativa do tipo exploratório descritivo, foram entrevistados trinta participantes (enfermeiros, médicos e odontólogos) numa região metropolitana do sul do Brasil. Os resultados foram analisados do ponto de vista bioético por intermédio da Análise Textual Discursiva. O referencial contratual-liberal refletido no atendimento público expõe vulnerabilidades sociais e constrói problemas na qualidade dos serviços, sugerindo uma construção relacional anterior à mera relação contratual: uma aliança inter-sujeitos-iguais, um comprometimento benfeitor ao outro diferente e/ou vulnerado, e uma solidariedade engajada na construção de uma nova dialogicidade como excelência clínica coletiva. Para tanto, a bioética clínica precisa incorporar estes valores no sentido de transformar a qualidade do atendimento, ainda contratual do tipo racionalista, abstrato e impessoal, em nova prática dialógica.
Palavras-chave : Ética; Bioética; Profissional de saúde.
 

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Lançamento livro: Saúde Coletiva: Dialogando Sobre Interfaces Temáticas

Um dos grandes desafios contemporâneos para os que militam na saúde coletiva, talvez seja compreender tamanha medicalização da vida que assistimos cotidianamente, e produzir modos de resistência a ela. Disseminados na rede em fluxo da sociedade, interesses corporativos, científicos, políticos, midiáticos e econômicos, ligados ao mercado da saúde e da doença, investem maciçamente para que não se deixe qualquer conduta ou sentimento humano escapolir a diagnósticos, prescrições ou terapêuticas.
Entre antigos e novos ma r g i n a i s , poucos se salvam. Adictos, drogados, prostitutas, moradores de rua, desempregados, hiperativos, desatentos, imaturos, envelhecidos, gordos, esquálidos, fumantes, sedentários, vigoréticos , mal humorados, ninfomaníacos, alcoolistas, neuróticos, deprimidos, e mais uma lista infindável, compõem o repertório de adjetivos que agora cabe a quase todos/as nós. Sujeitos a enquadres classificatórios, estigmas, medicações, observamos serem expropriadas nossas possibilidades existenciais – potentes, finitas, imperfeitas, enfim... humanas! O mais paradoxal: essas situações perversas têm sido justificadas em nome da busca de um “estado” de saúde e de bem-  estar individualizante, desconectado da realidade social iníqua que nos cerca.
Andar na vida experimentando a dor e a delícia de ser o que se é, sinaliza agora um pecado implícito. Assim, problematizar esse contexto preocupante, olhando e apontando possibilidades outras para uma defesa radical da vida é o que vislumbra a presente obra.
Seu coletivo de autores tem a pretensão explícita de buscar, conforme disse Michel Foucault “ouvir o ronco surdo das batalhas” e, produzir novas ideias e vontades para resistir aos macro e microfascismos que, cada vez mais, habitam nosso dia a dia.

Prof. Dr. José Damico


Inserção Social e Habitação de Pessoas com Sofrimento Mental Grave – Um Estudo Avaliativo

Juarez Pereira Furtado e Eunice Nakamura (organizadores) 
1a edição, 2014,
Áreas de interesse: Saúde Coletiva, Antropologia, Psicanálise e Arquitetura

 Apesar dos números significativos no âmbito da desinstitucionalização psiquiátrica e dos ganhos positivos para os usuários de moradias assistidas no Brasil, este livro demonstra que ainda há muito a ser feito no país. A partir de uma avaliação participativa e interdisciplinar, os autores apresentam suas reflexões sobre as experiências vivenciadas com membros dos projetos de Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs), Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS). Essa rica investigação de campo, com a qual se procura conhecer melhor as habitações de pessoas com transtornos mentais graves através do olhar de quem as habita, é acompanhada por um vasto arcabouço teórico, proveniente de diversas fontes e disciplinas – arquitetura, antropologia, psicanálise e saúde coletiva. A obra expõe também a reflexão dos pesquisadores em termos de uma práxis de reflexividade durante as interações com os participantes. O trabalho em grupo acompanhou rotinas diárias dentro e fora das habitações, tentando descobrir a configuração da moradia em seus aspectos físicos, a experiência dos moradores a partir do significado de habitar e da organização das pessoas no espaço de moradia, bem como a rede de relações dos moradores na comunidade. Além de revelar a complexidade do morar e do habitar desse grupo de pessoas estudado, outra grande contribuição deste volume é a elaboração de proposições acerca do tema a partir dos resultados convergentes das diversas áreas envolvidas na pesquisa. Tais propostas objetivam uma nova resposta social para o avanço não só da garantia, mas da qualificação do provimento desse direito fundamental constituído pelo morar.


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Já no Scielo (Ahead of print): Capacitação em álcool e outras drogas para profissionais da saúde e assistência social: relato de experiência

COSTA, Pedro Henrique Antunes da et al. Capacitação em álcool e outras drogas para profissionais da saúde e assistência social: relato de experiência. Interface (Botucatu) [online]. ahead of print, pp. 00-00. Epub 27-Mar-2015. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0607.

Como alternativa ao panorama deficitário de formação profissional para atuação na área do uso de álcool e outras drogas, e visando à incorporação de mudanças práticas, são criados os Centros Regionais de Referência sobre Drogas (CRRs). Faz-se necessário compreender e refletir sobre o papel dos CRRs nos cenários de formação e atuação sobre a temática. A partir disso, o presente artigo pretende discutir aspectos sobre a capacitação de profissionais do Sistema Único de Saúde e Assistência Social, por meio do relato de experiência de um CRR de Minas Gerais. A implantação do presente CRR possibilitou a qualificação de profissionais em direção a abordagens integrais e reflexivas sobre a temática. Contudo, são necessárias reformulações sobre o seu modelo, com uma posição mais bem definida e atuante dentro das políticas sobre drogas, garantindo continuidade nas ações e auxiliando na reformulação das práticas.

Palavras-chave : Capacitação de recursos humanos em saúde; Educação profissional em saúde pública; Educação continuada; Formação de recursos humanos.

Já no Scielo (Ahead of print): Atuação do psicólogo em situações de desastre: reflexões a partir da práxis

WEINTRAUB, Ana Cecília Andrade de Moraes; NOAL, Débora da Silva;VICENTE, Letícia Nolasco  e  KNOBLOCH, Felícia. Atuação do psicólogo em situações de desastre: reflexões a partir da práxis. Interface (Botucatu) [online]. ahead of print, pp. 00-00.  Epub 27-Fev-2015. ISSN 1807-5762.  http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0564.
A partir de uma série de experiências de trabalho em situações de desastre, notadamente na região serrana do Rio de Janeiro, Brasil, no início de 2011, este artigo pretende contribuir com a reflexão a respeito da atuação do psicólogo em um contexto de desastres. Inicia-se por uma breve retomada histórico-institucional da questão no Brasil, para, então, apresentar algumas reflexões conceituais e práticas da saúde mental a esse respeito; e, por fim, discutir princípios e diretrizes de intervenção em situações de desastre, tendo como pano de fundo o cenário fluminense de janeiro de 2011. Pretende-se, com isso, argumentar que a intervenção do psicólogo num contexto de desastres deve ser articulada com outras instâncias, contextualizada e descolada da noção de traumatismo como principal operador da clínica.
Palavras-chave : Desastres; Emergências; Saúde Mental; Ação humanitária; Cuidado em Saúde.