sexta-feira, 31 de julho de 2015

As Comunidades Terapêuticas religiosas na recuperação de dependentes de drogas: o caso de Manguinhos

RIBEIRO, Fernanda Mendes Lages e MINAYO, Maria Cecília de Souza. As Comunidades Terapêuticas religiosas na recuperação de dependentes de drogas: o caso de Manguinhos, RJ, Brasil. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.54, pp. 515-526. Epub Set-2015. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0571.

Este artigo analisa o papel de Comunidades Terapêuticas (CT) religiosas na recuperação e reabilitação de usuários de drogas, tomando como caso o complexo de favelas de Manguinhos, Rio de Janeiro, Brasil. Trata-se de estudo com abordagem qualitativa, por meio de entrevistas, observação participante e materiais institucionais. Para compreensão e interpretação do material, foi utilizada a análise de enunciação. Há ampla presença de instituições religiosas que têm a CT como proposta de cuidado à dependência de drogas. As principais formas de recuperação e de reabilitação são a evangelização e a conversão religiosa. As CT confessionais concebem um modelo de tratamento centrado na oração e na abstinência, modelo este em desacordo com as políticas públicas de saúde mental. No entanto, os equipamentos públicos não têm conseguido dar respostas eficazes à demanda. A controvérsia gerada nesse particular encerra este artigo.

Palavras-chave
: Comunidade Terapêutica; Drogas; Recuperação; Religião.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

O uso de tecnologias de comunicação de riscos de desastres como prática preventiva em saúde

MARTINS, Mário Henrique da Mata  e  SPINK, Mary Jane Paris. O uso de tecnologias de comunicação de riscos de desastres como prática preventiva em saúde. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.54, pp. 503-514.  Epub Set-2015. ISSN 1807-5762.  http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0520.
O uso de tecnologias de comunicação para o gerenciamento de riscos de desastres tem agregado atores com o objetivo de evitar os efeitos desses fenômenos na saúde pública global. Este artigo analisa versões discursivas de especialistas, gerentes e voluntários sobre a utilização dessas tecnologias em São Paulo, Brasil. Os resultados mostram que: ações informais reduzem o tempo de emissão de alertas em situações caóticas; a comunicação de risco, embora polarizada, pode operar em conjunto como uma rede múltipla; e tecnologias flexíveis podem ser adaptadas para situações adversas e transportadas para diferentes locais, atendendo demandas governamentais e da sociedade civil. No entanto, essas práticas de comunicação são baseadas na prevenção? Para responder à pergunta, os autores propõem que a prevenção de desastres baseada em estratégias de redução de danos pode ser uma alternativa para aqueles envolvidos em práticas preventivas.
Palavras-chave : Comunicação de riscos; Desastres; Prevenção; Tecnologia.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Desafios do apoio matricial como prática educacional: a saúde mental na atenção básica

COSTA, Fernanda Rebouças Maia; LIMA, Valéria Vernaschi; SILVA, Roseli Ferreira da e FIORONI, Luciana Nogueira. Desafios do apoio matricial como prática educacional: a saúde mental na atenção básica.Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.54, pp. 491-502. Epub Set-2015. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0816.

Trata-se de investigação sobre a dimensão educacional das práticas de apoio matricial (AM) em saúde mental na atenção básica. A partir de uma abordagem qualitativa, do tipo interpretativo-explicativo, foram entrevistados profissionais envolvidos com AM em saúde mental de um município do interior de São Paulo, Brasil. Esses dados foram confrontados com os referenciais de AM em duas tendências pedagógicas: diretiva e construtivista. A análise deste conteúdo foi incorporada às entrevistas e permitiu a identificação de duas temáticas: “perfil do apoiador matricial”; e “desafios para a construção da prática do apoiador matricial”. A percepção sobre o perfil de competência do apoiador mostrou-se coerente com os pressupostos do AM, ao passo que suas práticas educacionais apresentaram-se predominantemente vinculadas à tendência diretiva. O desafio para uma prática construtivista foi parcialmente constatado, uma vez que requer uma posição crítica e transformadora frente às práticas educacionais hegemônicas presentes na saúde.

Palavras-chave : Saúde Mental; Atenção Básica; Modelos educacionais; Apoio ao desenvolvimento de recursos humanos; Determinação de necessidades de cuidado de saúde.

terça-feira, 28 de julho de 2015

O adoecimento mental: percepções sobre a identidade da pessoa que sofre

NASCIMENTO, Yanna Cristina Moraes Lira; BREDA, Mercia Zeviani e ALBUQUERQUE, Maria Cicera dos Santos de. O adoecimento mental: percepções sobre a identidade da pessoa que sofre. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.54, pp. 479-490. Epub Set-2015. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0194.

Trata-se das percepções que mulheres acompanhadas em Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) têm sobre si, sobre o outro e sobre a sociedade diante do adoecimento mental; analisam-se influências que este serviço exerce sobre suas identidades. Estudo qualitativo, descritivo; utilizou-se história de vida tópica. Coleta de dados com entrevista, observação direta, diário de campo. Análise temática interpretada pelo referencial de Goffman. Resultados revelam que as mulheres apresentam percepções diferentes da identidade antes e após o adoecimento mental; que percebem a família distante com dificuldades em lidar com o adoecimento; que observam profissionais acolhedores e um CAPS que contribui para a reconstrução e expressão de identidades e que promove autoconhecimento, orientação e apoio emocional. Entretanto, percebem que o serviço carece de refinamento das ações para garantia de direitos e investimento em novas estratégias de ajuda capazes de defender identidades possíveis, flexíveis e adaptáveis.

Palavras-chave : Identidade própria; Serviços de Saúde Mental; Pessoas mentalmente doentes; Estresse psicológico.

Os trotes e as violências nas universidades: tema de editorial da Interface

Comecemos pela falta! E, logo, um alerta: não temos a ilusão de que preencheremos um lugar do vazio com o que pretendemos aqui discutir, e que tudo assumirá uma ordem inquebrantável e duradoura após a descoberta deste recheio. Aspiramos, apenas, indicar possibilidades que ainda, talvez, não tenham sido experimentadas. Só um desejo, mas com uma convicção aguda de que não há objeto pleno, mas que a falta favorece a condição de possibilidade do desejo.
Para Lacan, a falta é central para o trabalho na psicanálise1, na sua tarefa de desvelar objetos de desejos. E, com isso, nos permitimos empreender uma ousadia e um trabalho conceitual necessários à associação da falta com um conceito de objeto inédito. Muita pretensão, pois objeto inédito não existe, apenas se anuncia como uma esperança.
Ultimamente, o tema dos trotes e violências no meio acadêmico voltou com força a partir da quebra do silêncio de alguns estudantes da Medicina da USP, que trouxeram, a público, as mazelas da Faculdade. A sociedade gritou e até realizou uma CPI na Assembléia Legislativa de São Paulo (ALESP), para investigar as denúncias de violações de direitos humanos ocorridas em instituições de Ensino Superior do Estado de São Paulo, em trotes, festas e no cotidiano acadêmico.
Leia mais em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832015000300421&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Marco Akerman
Departamento de Prática em Saúde Pública, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo (USP). São Paulo, SP, Brasil.
Felipe Scalisa
Discente, curso de Medicina, Faculdade de Medicina, USP. São Paulo, SP, Brasil.
Jacques Akerman
Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC). Belo Horizonte, MG, Brasil.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Sorodiscordância e prevenção do HIV: percepções de pessoas em relacionamentos estáveis e não estáveis

SAID, Amanda Pinheiro e SEIDL, Eliane Maria Fleury. Sorodiscordância e prevenção do HIV: percepções de pessoas em relacionamentos estáveis e não estáveis. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.54, pp. 467-478. Epub Set-2015. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0120.

Políticas referentes à profilaxia pós-exposição sexual (PEP sexual) e a estratégia “tratamento como prevenção” reforçaram as ações preventivas da transmissão do HIV. Este estudo objetivou descrever percepções de pessoas com HIV/aids sobre a prevenção da transmissão do HIV no contexto da sorodiscordância. Foram conduzidos dois grupos focais com 13 participantes com relacionamentos sorodiscordantes: um com pessoas em parcerias estáveis e outro em parcerias não estáveis. Pouco mais de um terço dos participantes tinham conhecimento sobre a PEP e o “tratamento como prevenção”. Houve consenso de que há mais facilidade na adoção de práticas sexuais seguras nas parcerias sorodiscordantes não estáveis. Vantagens das novas políticas foram relatadas, não obstante o receio de que possa haver negligência quanto ao uso do preservativo. Destaca-se a relevância da atuação de equipes de saúde com casais sorodiscordantes quanto à prevenção da transmissão sexual do HIV.

Palavras-chave
: HIV; Aids; Prevenção da transmissão sexual do HIV; Casais sorodiscordantes; Profilaxia pós-exposição sexual do HIV.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Já no Scielo: Programas de promoção da saúde na saúde suplementar em Belo Horizonte, MG

RODRIGUES, Andreza Trevenzoli; SILVA, Kênia Lara e SENA, Roseni Rosangela de. Programas de promoção da saúde na saúde suplementar em Belo Horizonte, MG, Brasil: concepções e práticas. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.54, pp. 455-466. Epub Set-2015. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0181.

O trabalho analisou programas de promoção da saúde desenvolvidos por operadoras de planos de saúde. Trata-se de estudo de casos múltiplos de abordagem qualitativa. Os dados foram obtidos de entrevistas com quarenta participantes, entre gestores, profissionais e beneficiários de seis operadoras de planos de saúde em Belo Horizonte/MG, Brasil. Foram realizadas observações junto aos participantes dos programas de promoção da saúde. A análise explicitou que a abordagem comportamental de promoção da saúde é prevalente. Os programas apresentam características que permitem diferenciá-los como: tradicionais, em transição e inovadores. Os achados sinalizam para mudanças na lógica de produção da saúde, mas com reduzido potencial para disparar transformação. Conclui-se pela necessidade de apoio às operadoras sobre as concepções e modelos de promoção da saúde para induzir mudanças e inovações.

Palavras-chave : Promoção da saúde; Saúde suplementar; Pesquisa qualitativa.



Acesso em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832015000300455&lng=pt&nrm=iso

Já no Scielo: Determinantes contextuais da descentralização da Vigilância Epidemiológica para Equipe de Saúde da Família

SANTOS, Silvone Santa Barbara da Silva et al. Determinantes contextuais da descentralização da Vigilância Epidemiológica para Equipe de Saúde da Família. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.54, pp. 443-454. Epub Set-2015. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0822.

Este estudo analisa os determinantes contextuais da implantação da descentralização da vigilância epidemiológica para a Equipe de Saúde da Família, em um município do estado da Bahia, Brasil. Trata-se de pesquisa avaliativa, adotando-se o modelo político da análise de implantação. Os dados foram obtidos mediante a análise de documentos e entrevistas semiestruturadas aplicadas a gestores e trabalhadores da saúde. Emergiram cinco temas: Planejamento; capacitação de recursos humanos; organização do processo de trabalho; articulação intrainstitucional; organização da Unidade de Saúde da Família. Os resultados revelam dificuldades tais como: precária infraestrutura das unidades de saúde, flexibilização das relações de trabalho, rotatividade dos trabalhadores da saúde. O estudo aponta para a necessidade de participação dos atores no processo de implementação da política de descentralização da vigilância epidemiológica para um micro-espaço de intervenção que é o Programa de Saúde da Família.

Palavras-chave : Vigilância epidemiológica; Descentralização; Determinantes contextuais; Equipe de Saúde da Família.


Acesso em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832015000300443&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

terça-feira, 21 de julho de 2015

Já no Scielo: Estratégias de articulação entre Atenção Primária e Vigilância em Saúde e a interface entre os sujeitos

GARCIA, Rosana Aparecida; L’ABBATE, Solange  e  ARAKAKI, Jorge.Estratégias de articulação entre Atenção Primária e Vigilância em Saúde e a interface entre os sujeitos. Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.54, pp. 431-442.  Epub Set-2015. ISSN 1807-5762.  http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0185.
Trata-se de estudo qualitativo com objetivos de descrever as articulações entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Primária da Saúde (APS) e os dispositivos utilizados para que estes processos se efetivem. A coleta de dados foi realizada por meio da observação participante do sistema de Vigilância em nível nacional e do município de Moreno – província de Buenos Aires. Os dados foram registrados em um diário de campo e os resultados analisados a partir de alguns conceitos elaborados por Lourau, na Análise Institucional, como analisador, instituição e implicação. Os resultados mostraram que a circulação de afetos e de subjetividades entre os sujeitos envolvidos no processo facilita a criação de dispositivos de articulação entre as áreas e jurisdições. A importância deste estudo consiste em um olhar externo que contribui para refletir os processos de trabalho.
Palavras-chave : Saúde Pública; Atenção Primária em Saúde; Atenção em Saúde.