terça-feira, 30 de setembro de 2014

Já no SciELO: Educação pelo trabalho: reorientando a formação de profissionais da saúde


FONSECA, Graciela Soares; JUNQUEIRA, Simone Rennó; ZILBOVICIUS, Celso e ARAUJO, Maria Ercilia de. Educação pelo trabalho: reorientando a formação de profissionais da saúde. Interface (Botucatu) [online]. 2014, vol.18, n.50, pp. 571-583. Epub 09-Maio-2014. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0598.

O trabalho se propôs a avaliar o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) instituído na Universidade de São Paulo, Brasil. Os sujeitos do estudo foram preceptores e alunos de odontologia que integraram a proposta entre os anos de 2009 e 2012. Foi utilizada uma abordagem qualitativa, sendo os dados coletados por grupos focais e analisados por análise de conteúdo temática. Os resultados evidenciam que a educação pelo trabalho é capaz de auxiliar no processo formativo, ampliar o olhar do estudante em direção ao processo saúde/doença e despertar para atuação futura no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Uma das vantagens apontadas consiste no estabelecimento da interdisciplinaridade no processo formador. Os resultados do estudo traduzem o programa como um poderoso instrumento de indução de mudanças nas concepções dos profissionais de saúde.

Palavras-chave : Odontologia; Educação em Saúde; Recursos humanos; Pesquisa qualitativa; Educação Superior.

Acesso: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832014000300571&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Já no SciELO: Ouvir vozes: um estudo sobre a troca de experiências em ambiente virtual

BARROS, Octávia Cristina e SERPA JUNIOR, Octavio Domont de. Ouvir vozes: um estudo sobre a troca de experiências em ambiente virtual. Interface (Botucatu) [online]. 2014, vol.18, n.50, pp. 557-569. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0680.

O presente artigo, por meio do estudo da troca de experiência entre os ouvidores de vozes em um ambiente virtual, explora como essas pessoas criam estratégias para compartilhar sua vivência em um coletivo, na busca de alternativa ao saber psiquiátrico acerca da alucinação auditiva verbal. Discorre sobre a criação da rede Intervoice e de sua migração para o ambiente virtual. O emprego da netnografia demonstra que esse ambiente é propício para explorar a troca de experiências entre os ouvidores de vozes, enfatizando sua relação com o uso da medicação e a forma de lidar com as vozes. Observa a forma como os ouvidores de vozes utilizam o ambiente virtual para criar laços sociais e uma nova maneira de estar no mundo.

Palavras-chave : Ambiente virtual; Ouvir vozes; Ajuda interpares.


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Já no SciELO: A supervisão clínico-institucional como dispositivo de mudanças na gestão do trabalho em saúde mental

SEVERO, Ana Kalliny de Sousa; L?ABBATE, Solange e CAMPOS, Rosana Teresa Onocko. A supervisão clínico-institucional como dispositivo de mudanças na gestão do trabalho em saúde mental. Interface (Botucatu) [online]. 2014, vol.18, n.50, pp. 545-556. Epub 01-Ago-2014. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0520.

A reforma psiquiátrica brasileira objetiva realizar mudanças relevantes no cuidado às pessoas com transtornos mentais. Nesse contexto, a supervisão clínico-institucional é uma das principais estratégias de qualificação para transformar os modos de gestão de trabalho e da clínica desenvolvidos nos serviços substitutivos. Este artigo analisa a experiência de supervisão clínico-institucional desenvolvida junto à rede de saúde mental de um município de pequeno porte do interior do Nordeste. Utilizamos o referencial teórico-metodológico da Análise Institucional. Os sujeitos envolvidos foram os trabalhadores de um Centro de Atenção Psicossocial 1 e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Os principais analisadores destacados: funcionamento da supervisão, gestão do serviço e gestão municipal. Esse dispositivo promoveu o movimento instituinte junto à equipe, proporcionando uma parceria entre os serviços e o gestor municipal, e a mobilização dos trabalhadores como grupos-sujeitos no campo da saúde mental.

Palavras-chave : Reforma Psiquiátrica; Supervisão clínico-institucional; Análise institucional; Gestão do trabalho; Saúde mental.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Já no SciELO: Acompanhantes terapêuticos na Grande Vitória, Espírito Santo, Brasil: quem são e o que fazem?

TRISTAO, Kelly Guimarães e AVELLAR, Luziane Zacché. Acompanhantes terapêuticos na Grande Vitória, Espírito Santo, Brasil: quem são e o que fazem?. Interface (Botucatu) [online]. 2014, vol.18, n.50, pp. 533-544. Epub 18-Jul-2014. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0759.

O Acompanhamento Terapêutico (AT) é uma ferramenta que possibilita uma ampliação e articulação da rede de saúde mental. Com objetivo de conhecer quem são os acompanhantes terapêuticos (ats) da Grande Vitória/ES, Brasil, e as características dessa prática, foram realizadas dez entrevistas parcialmente estruturadas com profissionais que utilizam, ou utilizaram, o Acompanhamento Terapêutico na rede pública e/ou privada. Os dados obtidos foram analisados a partir da Análise Temática. Os resultados apontam que os ats da Grande Vitória são, em maioria: estudantes de psicologia do sexo feminino, de abordagens teóricas variadas, e cuja formação em Acompanhamento Terapêutico não é realizada a partir de curso da área. A prática de AT na Grande Vitória é caracterizada: pela pouca inserção em equipes de acompanhantes, atuação em dupla, flexibilidade do tempo, por intervenções realizadas na rua e pelo afeto.

Palavras-chave : Saúde mental; Desinstitucionalização; Serviços de saúde mental; Acompanhamento Terapêutico.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Já no SciELO: Perspectivas de segurança alimentar e nutricional no Quilombo de Tijuaçu, Brasil: a produção da agricultura familiar para a alimentação escolar

CARVALHO, Andréia Santos e OLIVEIRA E SILVA, Denise. Perspectivas de segurança alimentar e nutricional no Quilombo de Tijuaçu, Brasil: a produção da agricultura familiar para a alimentação escolar.Interface (Botucatu) [online]. 2014, vol.18, n.50, pp. 521-532. Epub 18-Jul-2014. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0804.

A fome e a insegurança alimentar são problemas que atingem milhares de pessoas no mundo. No Brasil, cerca de dez milhões de famílias não possuem renda suficiente para garantir a segurança alimentar. Nas comunidades tradicionais quilombolas constata-se uma grave situação de insegurança alimentar, relacionada à constante ameaça ao domínio dos seus territórios e ao precário acesso às políticas públicas. O estudo analisou as percepções simbólicas e sociais dos quilombolas, na oferta de alimentos agrícolas, ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, para promoção de segurança alimentar e nutricional. Utilizou-se a abordagem etnográfica e seus instrumentos. Os resultados mostram que a comunidade concebe e valoriza o alimento “natural” da terra como fonte de sobrevivência e desenvolvimento local. Mesmo com as dificuldades, o Programa Nacional de Alimentação Escolar possibilitará a geração de renda aos agricultores familiares e uma Alimentação Escolar saudável aos estudantes.

Palavras-chave : Alimentação; Alimentação escolar; Segurança alimentar; Agricultura sustentável; Grupo com ancestrais do continente africano.

Acesso:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832014000300521&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Já no SciELO: Grupos de educação nutricional em dois contextos da América Latina: São Paulo e Bogotá

VINCHA, Kellem Regina Rosendo; CARDENAS, Alexandra Pava; CERVATO-MANCUSO, Ana Maria e VIEIRA, Viviane Laudelino. Grupos de educação nutricional em dois contextos da América Latina: São Paulo e Bogotá. Interface (Botucatu) [online]. 2014, vol.18, n.50, pp. 507-520. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0116.

Este estudo comparou grupos de Educação Nutricional (EN), na dimensão teórica e prática, dentro da Atenção Primária à Saúde, entre São Paulo e Bogotá. A pesquisa descritiva foi realizada em momentos: identificação dos profissionais; caracterização dos grupos educativos; identificação das representações sociais sobre EN; e comparação da articulação entre teoria e prática dos grupos por cidade. Foram identificadas, por meio de entrevista com 54 nutricionistas, 17 Ideias centrais, classificadas em eixos temáticos, que se relacionaram com os grupos. Nos dois contextos, destacou-se a importância do empoderamento dos participantes com semelhanças no perfil das ações, mas com diferenciação na autonomia dos mediadores. Verificou-se que a teoria/prática dos grupos está em transição da abordagem tradicional para outra mais humanista. Entretanto, em uma velocidade lenta comparada às políticas e necessidades de saúde.

Palavras-chave : Atenção Primária à Saúde; Educação em Saúde; Educação alimentar e nutricional; Grupos educativos.

Acesso: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832014000300507&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Campanha destaca papel do jornalismo científico no controle do ebola

A World Federation of Science Journalists divulgou comunicado em que chama a atenção para a importância do trabalho integrado de jornalistas de ciência, cientistas e comunidades para uma comunicação responsável sobre a epidemia de ebola no oeste da África.

A entidade alerta que “a má comunicação (da epidemia) tem claramente aumentado a apreensão entre o público enquanto vem semeando confusão entre cientistas e jornalistas que cobrem o surto”.

De acordo com o comunicado, há conflitos entre a comunicação das medidas de vigilância epidemiológica implementadas pelos governos dos países do oeste africano e as informações geradas e divulgadas entre as comunidades locais rurais e urbanas. “Infelizmente, essa desinformação está se espalhando e aumentando o risco de propagação da doença em toda a África ocidental.”

Para a entidade, a difusão de informações equivocadas sobre a doença e a epidemia é agravada pelo imediatismo das mídias sociais e da comunicação on-line, o que torna a necessidade do trabalho de jornalistas científicos ainda mais crítica. “Temos a profundidade de conhecimento e a amplitude de ferramentas necessárias para cortar o fluxo de rumor e alarmismo e fornecer informações verdadeiras, confiáveis e eficazes”, defende.

O comunicado é assinado por outras 13 entidades de jornalismo científico da África: African Federation of Science Journalists, Association Congolaise des Journalistes Scientifiques, Association des Journalistes et Communicateurs Scientifiques du Bénin, Association des Journalistes et Communicateurs Scientifiques du Burkina Faso, Cameroon Science For Life, Collectif des Journalistes Scientifique de Côte d'Ivoire, Kenya Environment and Science Journalists Association, Media for Environment, Science, Health and Agriculture, Nigeria Association of Science Journalists, Science Journalists and Communicators of Togo, South African Science Journalists Association, The Uganda Science Journalists Association e Zimbabwe Environment and Science Journalists Association.

Juntas, as entidades conclamam governos e organizações internacionais e regionais a reconhecer o valor dos jornalistas de ciência e seu papel crítico na saúde pública.

“O jornalista científico é o profissional que combina as competências de investigação, compreensão do método científico e história da ciência com seu faro para a verdade. Para benefício da sociedade como um todo, precisamos ter uma comunidade de jornalismo científico forte, capaz de criticar e interpretar a informação de modo que possa ser útil na formulação de políticas e na vida diária.”

As entidades solicitam, ainda, o apoio do poder público e da sociedade à formação e ao fortalecimento dos profissionais de jornalismo científico, “de modo que, quando surjam questões como a do ebola, haja comunicadores qualificados e capazes de interpretar as informações relacionadas para o público e gestores públicos”.

A World Federation of Science Journalists iniciou nas redes sociais uma campanha de conscientização para o papel do jornalismo científico na difusão de informações sobre o ebola. O conteúdo relacionado está sendo publicado no Twitter com as hashtags #EbolaResponse, #journalismmatters e #sciencejournalism.

Mais informações em www.wfsj.org.

Fonte: Agência FAPESP

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Já no SciELO: O Programa Saúde da Família no bairro do Bom Retiro, SP, Brasil: a comunicação entre bolivianos e trabalhadores de saúde

AGUIAR, Marcia Ernani de e MOTA, André. O Programa Saúde da Família no bairro do Bom Retiro, SP, Brasil: a comunicação entre bolivianos e trabalhadores de saúde. Interface (Botucatu) [online]. 2014, vol.18, n.50, pp. 493-506. Epub Ago-2014. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0040.

Este artigo tem como objetivo analisar a interação entre o Programa de Saúde da Família (PSF) e os imigrantes bolivianos localizados no bairro do Bom Retiro na cidade de São Paulo, Brasil, redundando em uma experiência particular. Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com bolivianos e trabalhadores da saúde da Unidade de Saúde da Família do Bom Retiro, com a intenção de flagrar, particularmente, dimensões do mundo do trabalho, de moradia e da grande mobilidade espacial imigratória, exigindo a flexibilização da lógica cartográfica do PSF, com a ampliação do conceito de família e estratégias comunicativas – contratação de agente de saúde boliviano, produção de material educativo em língua espanhola e utilização das “rádios bolivianas” –, capazes de traduzir-se na melhoria do serviço em saúde.

Palavras-chave : Comunicação em saúde; Origem étnica e saúde; Imigrantes bolivianos; Programa Saúde da Família; Bairro do Bom Retiro.

Acesso: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832014000300493&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Já no SciELO: Avaliação da qualidade de evidências científicas sobre intervenções musicais na assistência a pacientes com câncer

SILVA, Vladimir Araujo da; LEAO, Eliseth Ribeiro e SILVA, Maria Júlia Paes da. Avaliação da qualidade de evidências científicas sobre intervenções musicais na assistência a pacientes com câncer.Interface (Botucatu) [online]. 2014, vol.18, n.50, pp. 479-492. Epub 01-Ago-2014. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0875.

Esta revisão integrativa pretendeu avaliar a qualidade de evidências científicas sobre intervenções musicais na assistência a pacientes com câncer, utilizando descritores indexados nas bases de dados: Bireme, The Cochrane Library, Medline, Embase, Web of Science, CINAHL e Scopus. Foram selecionados quatro ensaios clínicos randomizados (dois de alta e dois de baixa qualidade metodológica) e duas revisões sistemáticas (ambas de alta qualidade metodológica). As maiores limitações dos ensaios clínicos estão na descrição dos recursos e estruturas musicais utilizadas e das revisões sistemáticas, no foco nos delineamentos metodológicos, em detrimento da qualidade dos relatórios das intervenções musicais. Na maioria dos estudos foi apresentada alta qualidade metodológica, mas não foram descritos e tampouco discutidos os recursos e as estruturas musicais utilizados, banalizando o potencial terapêutico da música e limitando sua replicação e incorporação das evidências na prática clínica.

Palavras-chave : Oncologia; Enfermagem oncológica; Neoplasias; Música; Musicoterapia.

Acesso: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832014000300479&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Suplemento Interface - Pró-PET Saúde

Informamos que as submissões para o Suplemento Pró-PET Saúde podem ser feitas até às 23:59 de hoje (15/09/2014), pois ontem o sistema estava em manutenção e alguns autores não conseguiram concluir a submissão.

Periódicos SciELO aperfeiçoam-se com a adoção de fluxos clássicos de gestão online de manuscritos

Por Abel L. Packer, Alex Mendonça e Fábio Almeida

A pesquisa científica tem na publicação dos resultados seu passo culminante. Elaborados originalmente em textos denominados manuscritos, a descrição e discussão das pesquisas são submetidas à avaliação de periódicos científicos para qualificar a pertinência de sua publicação. A avaliação ou arbitragem sobre a pertinência dos manuscritos pressupõe um processo conduzido pelos periódicos de modo transparente, ético e com o apoio de pesquisadores qualificados no tema da pesquisa. Constituindo a operação mais importante que os periódicos realizam no complexo processo de comunicação de pesquisas, ela não é isenta de falhas e vícios e, portanto, de críticas e polêmicas assim como de propostas de aperfeiçoamentos e inovações. Não obstante as críticas, os conflitos de interesses e os desafios que enfrenta, a avaliação de manuscritos realizada por pesquisadores pares prevalece historicamente com sucessivos aperfeiçoamentos, como o sistema de autorregulação, que a comunidade científica adota para atestar a credibilidade das pesquisas. Cabe ao editor-chefe e sua equipe de editores associados a responsabilidade de assegurar que este processo de autorregulação siga os padrões de qualidade requeridos e contribua para o avanço da pesquisa em seu campo temático.
Os periódicos do Brasil enfrentam dificuldades de diferentes naturezas para operar processos de avaliação de manuscritos de acordo com o estado da arte internacional. Entre elas estão o crescimento do número de manuscritos, a disponibilidade limitada de pareceristas de alto nível, o longo tempo que estes levam para realizar as avaliações e a relativa importância que muitos atribuem à atividade e ainda, o questionamento reiterado sobre a qualidade dos manuscritos submetidos e também das avaliações. Além dessas dificuldades inerentes aos sistemas de pesquisa e comunicação, a avaliação de manuscritos requer o concurso de sistemas de gestão automatizados que organizem as funções dos atores envolvidos e facilitem os processos de identificação de pareceristas, de acompanhamento do fluxo de trabalho e da produção de estatísticas dos processos com vistas ao seu melhoramento sistemático.
O Programa SciELO vem promovendo o aperfeiçoamento da gestão de manuscritos dos periódicos que indexa e publica por meio de recomendações, soluções e medidas que se traduzem em critérios e indicadores para aprovação do ingresso e permanência de periódicos na coleção. O objetivo é contribuir para maximizar o profissionalismo e portanto a qualidade da avaliação de manuscritos, eliminar a falta de transparência e minimizar falhas, conflitos de interesses, vícios e o amadorismo. Entre estas medidas básicas estão: a demanda que os periódicos disponibilizam online a estrutura e a composição do corpo editorial, os responsáveis por certificarem a credibilidade das pesquisas que publicam; que as instruções aos autores descrevam detalhadamente o processo de avaliação dos manuscritos; e, que os artigos publicados apresentem a data de submissão e a data de aprovação. Até o final de 2015 todos os periódicos indexados pelo programa deverão operar sistemas automatizados de gestão de manuscritos que sejam certificados pelo SciELO de modo que seja possível o acompanhamento do processo de avaliação pelos autores e editores e que se registre as etapas do fluxo de avaliação dos manuscritos, a participação de editores e pareceristas e as respectivas decisões e recomendações com os devidos níveis de confidencialidade. Os sistemas deverão permitir também como opção a cobrança de taxas de publicação para os periódicos que adotam esta modalidade de financiamento. A tabulação dos registros dará aos editores e ao Comitê Consultivo do SciELO os indicadores de desempenho dos periódicos na gestão dos manuscritos. Atualmente, o SciELO tem certificado os sistemas Open Journal System (OJS) e o ScholarOne, com a previsão de novos sistemas que deverão ser certificados futuramente. Os editores dos periódicos são livres para adotar o sistema que melhor responda à sua política e procedimentos de avaliação de manuscritos. Estes desenvolvimentos são parte integral das linhas de ação do SciELO orientadas a promover a profissionalização, internacionalização e fortalecimento da sustentabilidade financeira dos periódicos.
Como exemplo do avanço do processo de aperfeiçoamento da gestão de manuscritos, analisamos três fluxos clássicos de gestão automatizada de manuscritos que vêm sendo adotados pelos periódicos SciELO Brasil, que denominaremos fluxos A, B e C. Todos os fluxos têm no cargo de Editor-chefe (EC) a responsabilidade principal da gestão da avaliação dos manuscritos, que pode ser compartilhada com Editores Associados (EA), de maior ou menor responsabilidade, e apoiado por um ou mais colaboradores que exercem funções de secretaria, administrativas e executivas (Admin). A gestão dos manuscritos pelos editores-chefes e editores associados pode resultar na rejeição imediata por diferentes razões ou no concurso de pareceristas cujas recomendações vão subsidiar a decisão final sobre a publicação ou rejeição de manuscritos.
Os esquemas a seguir descrevem os três tipos de fluxos de processamento de manuscritos indicando os responsáveis e as funções exercidas em cada etapa.


O fluxo A aplica-se geralmente aos periódicos com número reduzido de manuscritos cujo processo de avaliação pode ser gerido unicamente pelo Editor-chefe. O fluxo B delega aos Editores Associados a responsabilidade da gestão dos manuscritos da sua área de responsabilidade e é recomendado para os periódicos com alto número de manuscritos, amplitude de temas e com editores associados proativos. No fluxo C o Editor-chefe como faz no fluxo B compartilha a gestão dos manuscritos com os Editores Associados, mas reserva a si a responsabilidade da decisão final.
Considerando para análise o conjunto de 57 periódicos que adotaram o sistema ScholarOne nos últimos 2 anos e meio, a partir de janeiro de 2012 fluxo A é adotado por 11 periódicos (19%), o B por 13(23%) e o C por 33 (58%). Neste conjunto predominam os periódicos de ciências da saúde e biológicas, que correspondem a 70% do total, o que pode influenciar a preferência pelo fluxo C.
Considerando somente os periódicos que já processaram pelo menos 50 manuscritos temos um conjunto de 54 periódicos que receberam desde janeiro de 2012 mais de 47 mil submissões com médias anuais de 360, 600 e 800 submissões entre os periódicos do fluxo A, B e C, respectivamente. Os editores chefes dos periódicos que adotam o fluxo B ou o C contam em média com o apoio de 19 e 26 Editores Associados registrados no sistema, respectivamente. Com relação à distribuição da média do número de dias que cada periódico empregou entre a submissão e a decisão final, ela tem mediana de 53 dias e máximo de 151 dias para o fluxo A, 81 e 168 para o B e 87 e 184 para o C. O fluxo C é o mais complexo e o mais utilizado entre os periódicos que adotaram o ScholarOne. Destaca-se também por processar maior número de manuscritos por ano, por operar com número maior de editores associados e por empregar maior tempo médio de processamento. Esta predominância do fluxo C pode alterar-se no futuro à medida que a gestão online de manuscritos seja adotada amplamente pelos periódicos SciELO das demais áreas do conhecimento.
No geral, os resultados mostram resultados promissores e sinalizam a viabilidade da decisão do SciELO de exigir que os periódicos indexados adotem futuramente sistemas de gestão de manuscritos que contribuem decisivamente para organizar a composição e funções do corpo de editores dos periódicos e tornar mais eficaz e eficiente a gestão dos processos de avaliação dos manuscritos.

Como citar este post [ISO 690/2010]:
Periódicos SciELO aperfeiçoam-se com a adoção de fluxos clássicos de gestão online de manuscritos. SciELO em Perspectiva. [viewed 15 September 2014]. Available from: http://blog.scielo.org/blog/2014/07/30/periodicos-scielo-aperfeicoam-se-com-a-adocao-de-fluxos-classicos-de-gestao-online-de-manuscritos/

Já no Scielo: Comentários pertinentes sobre usos de metodologias qualitativas em saúde coletiva

GOMES, Mara Helena de Andréa; MARTIN, Denise e SILVEIRA, Cássio.Comentários pertinentes sobre usos de metodologias qualitativas em saúde coletiva. Interface (Botucatu) [online]. 2014, vol.18, n.50, pp. 469-477. Epub 13-Ago-2014. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0271.

Com este texto visamos contribuir para o debate sobre a avaliação da produção e divulgação de pesquisas que se baseiam em metodologias qualitativas no campo da saúde coletiva. Procuramos relacionar as lacunas teóricas e metodológicas a indícios valorativos que atravessam os processos de pesquisa e avaliação de artigos publicados. Na ausência de explicitação dos valores que conduziram às escolhas imbricadas nas pesquisas, alguns periódicos recomendam recursos de avaliação que privilegiam procedimentos formais e técnicos. A avaliação é complementada com guias de confecção de artigos, dentre os quais os check-lists, que fornecem os itens valorizados. Estes fatores contribuem para reducionismos teórico-metodológicos e reforçam a crença na existência de um único método. Por fim, renovamos o apelo à imaginação e à diversidade de concepções sobre o que pretendemos conhecer.

Palavras-chave: Metodologias de pesquisa qualitativa; Avaliação por pares; Saúde Pública; Ciências sociais e humanas.

Acesso: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832014000300469&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Já no SciELO: A expansão das Ciências Sociais na Saúde Coletiva: usos e abusos da pesquisa qualitativa

KNAUTH, Daniela Riva e LEAL, Andréa Fachel. A expansão das Ciências Sociais na Saúde Coletiva: usos e abusos da pesquisa qualitativa.Interface (Botucatu) [online]. 2014, vol.18, n.50, pp. 457-467. Epub 01-Ago-2014. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0274.

A expansão e consolidação da área das Ciências Sociais em Saúde possibilitaram a valorização e difusão da pesquisa qualitativa. O crescente número de artigos submetidos a revistas científicas da área da Saúde Coletiva, bem como de dissertações e teses, que utilizam a metodologia qualitativa em suas pesquisas tem chamado a atenção dos cientistas sociais. O presente artigo se propõe a levantar alguns elementos no sentido de aprofundar a reflexão sobre as implicações da expansão das Ciências Sociais em Saúde, particularmente no que concerne à pesquisa qualitativa. Nossa experiência na avaliação de trabalhos da área indica a baixa incorporação da perspectiva epistemológica da metodologia qualitativa e do referencial teórico das Ciências Sociais nas pesquisas em Saúde Coletiva, resultando em estudos sem consistência teórico-metodológica, empíricos e que pouco contribuem para a compreensão dos fenômenos da área da Saúde Coletiva.

Palavras-chave : Pesquisa qualitativa; Metodologia; Ciências Sociais; Saúde Pública; Antropologia Médica.

Acesso: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832014000300457&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Já no SciELO: Pesquisando na interface: problemas e desafios a partir da pesquisa qualitativa em saúde


GONCALVES, Helen e MENASCHE, Renata. Pesquisando na interface: problemas e desafios a partir da pesquisa qualitativa em saúde. Interface (Botucatu) [online]. 2014, vol.18, n.50, pp. 449-456. Epub 13-Ago-2014. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0263.

Há crescente interesse e emprego de procedimentos metodológicos característicos da pesquisa qualitativa por diversas áreas do conhecimento que tradicionalmente não eram comuns. Na área da saúde, é reconhecida a importância da pesquisa qualitativa para a compreensão dos processos saúde-doença. Sua credibilidade tem sido questionada em vários âmbitos e relacionada a usos negligentes da abordagem qualitativa, como reduzir a relevância teórico-metodológica à aplicação de técnicas. O mau uso é mais frequentemente notado nas publicações quando a abordagem qualitativa é utilizada enquanto um kit de ferramentas. Simultaneamente, o “produtivismo” exigido pelas instituições tem obrigado os pesquisadores a rever objetivos mais amplos de análise/escrita. O olhar sobre um grupo/contexto requer um aparato teórico-metodológico, de modo a possibilitar inferir algo e propor rupturas teóricas e/ou evidenciar novos pontos sobre um tema conhecido.

Palavras-chave: Pesquisa qualitativa; Abordagem teórico-metodológica; Teoria social; Produção científica.

Acesso:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832014000300449&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt